Floepje e a água
No meio de uma grande Floresta vivia um animal
muito estranho. O seu nome era Floepje. Nadava como um peixe e voava como um
pássaro. Floepje também sabia correr, mas não era muito rápido. Ele vivia num
bonito lago com água muito cristalina.
Certo dia, Floepje decidiu que gostava de partir
numa grande Aventura. Pegou na sua mochila, onde colocou alguma comida, e
partiu.
O seu amigo caracol Sloompie partiu com ele.
Após caminharem bastante, estavam os dois cansados
e com muita fome. Sentados no chão, comeram a comida que levavam na mochila.
- Não posso caminhar mais, estou demasiado
cansado. Vai sem mim! -disse o seu amigo Sloompie.
- Também não consigo caminhar mais. -respondeu o
Floepje. – Mas posso voar! Não posso levar a mochila comigo, é demasiado
pesada.
- Eu tomo conta da tua mochila até regressares. -disse-lhe
o Sloompie.
- Boa!!! -respondeu o Floepje todo sorridente. Eu
encontrarei qualquer coisa para comer, ao longo da viagem.
E assim, Floepje bateu as asas e voou bem alto no céu,
voou para bem longe da Floresta. Começou a ver casas… era uma vila com um rio a
atravessá-la.
- Yuppi!!! -gritou o Floepje. – Vou dar um bom
mergulho naquela água!
E mergulhou. Nadou, nadou e viu passar por ele um
peixe.
- Bom dia Senhor Peixe, como está? - perguntou o
Floepje.
- Mal, muito mal. Estou doente! Esta água não está
boa, está muito suja.
- Oh não!!! -gritou o Floepje. - Eu gosto tanto
disto! – exclamou, continuando a nadar.
De imediato, ficou com dores de cabeça e de estômago,
os seus olhos ardiam…tudo lhe doía e mal se conseguia mexer.
Nadou até à superfície para apanhar um pouco de
ar. Agarrou-se à erva que crescia na margem do rio e murmurou:
- Ajuda-me, estou muito doente!
Estava tão adoentado que começou a chorar.
Por sorte, Bert e Lien, quando saíam da escola,
passavam sempre à beira do rio e viram Floepje.
- Olha! -gritou o Bert. – Estou a ver um pequeno
animal, vou apanhá-lo.
- Cuidado! -pediu Lien. – Toma, agarra-te a esta
corda para que não caias na água.
Bert atou a corda à volta da cintura e Lien pegou
na outra ponta e enrolou-a à volta de uma árvore que ali estava. Bert
aproximou-se, com muito cuidado, da beirinha da água e apanhou o Floepje com o
seu boné.
- Boa, está salvo! -festejou o Bert.
- Obrigada. -agradeceu o Floepje. – Estou tão
doente, por causa desta água suja. Quem conseguirá curar-me?
- Vamos pedir ajuda ao meu pai. -disse o Lien. –
Ele trabalha num centro de limpeza ambiental, e neste momento estão a tratar desta
água poluída. Ele vai ajudar-nos.
As duas crianças correram ao encontro do pai de
Lien.
Assim que percebeu o que se estava a passar, o pai de Lien foi buscar uma taça com água limpa e algumas plantas.
Lien colocou lá dentro o Floepje, deu-lhe um
beijinho e ordenou-lhe:
- Agora descansa um pouco!
No dia seguinte, Floepje sentia-se muito melhor.
- Yuppi!!! O nosso pequeno amigo está curado! –gritaram
em simultâneo as duas crianças.
- Pai, como é que a água do rio ficou poluída? –perguntaram
preocupados Bert e Lien.
- São as pessoas que sujam a água. -respondeu o
pai do Lien. – Quando limpamos as nossas casas, a nossa loiça ou quando vamos à
casa de banho, poluímos a água do rio. A água vai das nossas casas, através de
canos, por baixo da terra até desaguar no rio. Também o excremento dos animais,
como o das vacas e dos porcos, é despejado no rio. Há, ainda, fábricas que
produzem plástico, tintas, aço e outros produtos que depositam no rio os seus
resíduos e envenenam a sua água.
- E as fábricas que constroem brinquedos? -perguntou
o Bert.
- Sim, essas também. -respondeu o pai de Lien.
- As pessoas podem tratar a água do rio e
transformá-la em água limpa, outra vez? -perguntou Floepje.
- Claro que sim. -disse o pai de Lien. – Mas não é
muito fácil. Agora, no centro de limpeza ambiental, estamos a colocar novos canos,
por baixo da terra, que levarão as águas poluídas para uns tanques enormes,
onde serão tratadas e só depois serão escoadas para os rios.
O pai de Lien, entusiasmado, continuou a
explicar-lhes:
- Teremos de ser mais cuidadosos com a água que gastamos
e não deveremos despejar óleos, tintas e produtos tóxicos nos canos da água. Deveremos
levar esses produtos para os centros de reciclagem. As fábricas deverão ter o
cuidado de desinfetar as descargas que irão para os rios. Os agricultores deverão
ter cuidado com o estrume dos seus animais. Se todos tivermos cuidado, seremos bem-sucedidos
e não haverá poluição nas águas dos rios.
- Nós seremos mais cuidadosos e não deitaremos
lixo no rio. – prometeram os dois amigos.
-Será fantástico! Não voltarei a ficar doente
quando nadar nestas águas, e os meus amigos peixes ficarão saudáveis! –exclamou
o Floepje todo contente.
Floepje adorou conhecer novos amigos, mas sentia muitas
saudades de casa. Queria voltar rapidamente para o lago no meio da Floresta, reencontrar
o Sloompie, que ficara a tomar conta da sua mochila e que provavelmente estaria
preocupado com a sua demora.
Floepje, agradeceu a Lien e Bert, despediu-se e preparou-se para partir.
- Voltas um dia para nos visitar? – perguntaram,
em coro, as duas crianças.
- Claro que sim. -afirmou Floepje. – Lembrar-me-ei
sempre de vós, meus bons amigos, e voltarei todos os anos. Adeus!
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